{Resenha} A Escolhida — Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Sinopse: Kira, uma órfã de perna torta, vive em um mundo onde os fracos são deixados de lado. A partir do momento da morte de sua mãe, ela teme por seu futuro até que é perdoada pelo Conselho de Guardiões. A razão é que Kira tem um dom: seus dedos possuem a habilidade de bordar de forma extraordinária. Ela supera a habilidade de sua mãe, e lhe cabe a tarefa que nenhum outro membro da comunidade pode fazer. Enquanto seu talento a mantêm viva e traz certos privilégios, ela percebe que está rodeada de mistérios e segredos, mas ninguém deve saber sua intenção de descobrir a verdade sobre o mundo.
SÉRIE “THE GIVER”
seu humilde casebre foi queimado para que a doença de sua progenitora não
alcançasse outras famílias. Agora Kira teria enfrentar as cruéis mulheres que
queriam despejá-la para fora da comunidade e deixa-la à mercê das mortais feras
desconhecidas.
protagonista nascera aleijada e sua perna torta a impedia de ser mais útil para
o vilarejo. Entretanto, Kira tinha um dom raro e especial: sabia tecer como
ninguém, aptidão que somente sua mãe falecida tinha conhecimento. Com receio de
ser expulsa, Kira apela para o Conselho de Guardiões – que, misteriosamente,
tinha ciência de sua habilidade – e acaba sendo poupada, com uma única
condição: que tecesse a roupa do Cantor.
de entonar o Hino, canção que contava com detalhes a história inteira do mundo
e da humanidade através das Eras, e, inclusive, sobre a Ruína – evento em que a
natureza se revoltou e acabou com as construções e boa parte da espécie humana.
Entalhador, e assim como a Tecelã, a própria Kira – e todos eram mantidos pelo
Conselho de Guardiões, enfurnados, praticando a sua habilidade de forma intensa
e interminável.
aprender a colorir as linhas desbotadas para dar vida às vestes do Cantor, mas ainda falta algo… Algo que somente uma tribo longe poderia ter: a cor azul. Será
que Kira conseguirá obter essa coloração? E quanto isso lhe custaria?
apesar de A Escolhida não ter, de fato, uma ligação com o primeiro volume – O Doador
de Memórias –, a autora soube criar outro “universo” igualmente genial e
peculiar.
primeiro. A tribo e a realidade de Kira eram realmente mais simples que a comunidade
tecnológica e extremamente organizada de Jonas, no primeiro volume. Contundo,
acredito que a narração em terceira pessoa tenha evoluído drasticamente nessa
continuação, pois deixou de ser rasa para se tornar extremamente metafórica
e sentimentalista.
narração construída por muitos diálogos e poucos detalhes a cerca do personagem
principal. Talvez, essa linguagem e expressões tenham sido feitas de forma
proposital porque a história se desenrolava a partir de uma
criança com poucas faculdades mentais em um mundo altamente mecânico e sem
sentimentos, enquanto em A Escolhida, temos contato desde o inicio com uma
realidade brutal e angustiante de uma adolescente que foi obrigada a amadurecer.
mecanizada, deixou de ser detalhista, e deixou, infelizmente, de
transparecer tanta emoção. Essas cenas já estavam sendo tomadas por muito
mistérios e acontecimentos rápidos e seguidos, e, provavelmente, Lois
simplesmente não teve oportunidade de aprofundar seus personagens.
“Orgulhe-se de sua dor”, sua mãe sempre lhe dizia “Você é mais forte do que aqueles que não sentem dor alguma.”
autora apresentou o mesmo objetivo do primeiro livro em um mundo e um contexto
completamente diferente. Lois novamente trouxe a ideia das “cores”. As mesmas
cores que faltavam no mundo do Doador de Memórias, e que somente Jonas e o
velho Doador podiam enxergar e que, agora, Kira tentava transmitir para seus
tecidos. Nesse vilarejo, todos usavam roupas de uma cor só, básica, e com tom
morto; Kira queria dar vida à suas obras.
assim como a mentira e a ilusão, assim como a crueldade humana e a traição.
Lois Lowry aproveitou os mesmos pontos principais do primeiro volume neste
segundo, e, estranhamente, esses quesitos foram o único indício de semelhança
entre os primeiros livros da série. As histórias simplesmente não se cruzaram
nessa obra.
suficiente para lê-lo até o seu fim, tentando compreender até onde a autora
gostaria de chegar. Seu clímax e seu desfecho foram espetaculares e
estimulantes para prosseguir na leitura da série. Definitivamente, A Escolhida me
arrebatou muito mais que O Doador.
série. Tenho algumas suposições, mas ainda são rasas. Porém, adoro ficar nesse “escuro” cheio de
expectativas, forjado pela autora. Não saber o destino dos personagens da série
é estimulador e garante muitas surpresas. A Escolhida terminou deixando muitas
brechas abertas e me fez ficar ansiosa para a continuação.
lindíssima, simplesmente não condiz com o conteúdo e não segue a mesma linha de
capas da série. Relembrando novamente que a personagem principal,
definitivamente, não é uma garota linda, de unhas feitas e bem maquiada. Já a diagramação
foi muito bem organizada: a fonte da letra e a cor do papel utilizado contribuíram
muito para que a leitura fosse feita!
futurísticos, que tem uma pitada equilibradíssima de fantasia, e que apresentam
ideias revolucionarias e encantadoras. Se você leu O Doador e gostou, indico
ainda mais esse próximo volume; agora, se você leu O Doador e não apreciou
muito, dê uma chance a A Escolhida, essa obra com certeza superou muitos “deslizes”
anteriores.
Primeiro Parágrafo:
“ – Mãe?
Não houve resposta. Ela não esperava que houvesse. Fazia quatro dias que sua mãe estava morta e Kira percebia que os últimos resquícios do seu espirito já se dissipavam.”
Melhor Quote:
“Ela costumava estar ali. Agora não estava mais. Vida que segue.”